Vítimas de violência sexual, entre 09 e 45 anos, passam a ser grupo prioritário de vacinação contra o HPV

Segundo o Ministério da Saúde, existem hoje entre 9 e 10 milhões de pessoas infectadas pelo HPV no Brasil. Por ano, surgem 700 mil novos casos de infecção por ano.

Publicado em 04/08/2023 07:00

Por orientação do Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Imunização e Doenças Imunopreveníveis – DPNI, fica estabelecido em Nota Técnica que pessoas entre 09 e 45 anos, vítimas de violência sexual e não vacinadas contra HPV, passam a ser grupo prioritário no combate a doença.

CONFIRA NOTA TÉCNICA NA ÍNTEGRA

Cerca de 20% dos cânceres humanos são causados por vírus – e destes, 50% são provocados pelo papilomavírus humano (HPV, na sigla em inglês). Existem mais de 150 tipos conhecidos desse vírus, sendo a maioria inofensiva.

O HPV, especificamente dois deles: tipo 16 e tipo 18, está envolvido em quase 100% dos casos de câncer de colo de útero, também chamado de câncer cervical, mas também pode levar a outros tipos de câncer, como anal, de vulva, de vagina, de pênis e de orofaringe.

O câncer de colo do útero é uma doença grave e pode ser uma ameaça à vida. É o segundo tipo de câncer mais frequente em mulheres que vivem em regiões em desenvolvimento.

SINTOMAS

A principal característica do câncer causado por HPV é que ele demora muitos anos para se desenvolver e depende de uma infecção viral persistente.

As primeiras manifestações surgem entre, aproximadamente, 2 a 8 meses, mas pode demorar até 20 anos para aparecer algum sinal da infecção que, na maioria dos casos, é assintomática.

A doença pode causar lesões genitais que costumam aparecer como verrugas irregulares, da cor da pele, dentro ou fora dos genitais de homens e mulheres – na vulva, vagina, colo do útero, região perianal, ânus, pênis (geralmente na glande), bolsa escrotal e região pubiana. Menos frequentemente, é possível aparecerem em áreas extragenitais, como conjuntivas, mucosa nasal, oral e laríngea.

Podem doer, coçar, sangrar e causar desconforto. Às vezes, voltam depois do tratamento.

Bebês também podem ser infectados no momento do parto e desenvolver lesões verrucosas nas cordas vocais e laringe.

PREVENÇÃO E CONTROLE

A melhor forma de prevenir é usar camisinha nas relações sexuais e se vacinar – o imunizante é distribuído gratuitamente pelo SUS. Vale ressaltar, porém, que o preservativo não impede totalmente a infecção pelo HPV, já que as lesões podem estar presentes em áreas não protegidas pela camisinha.

O exame preventivo de Papanicolau, para mulheres, também é uma forma de prevenir lesões que causam o câncer de colo do útero.

A meta do Ministério da Saúde é vacinar 80% da população elegível, mas os números estão abaixo do esperado no Brasil, pois mesmo com a disponibilidade da vacina, o índice de vacinação contra o HPV de meninas brasileiras atinge apenas 57% e, nos meninos, não chega a 40%, sendo que o ideal para prevenir a doença é uma cobertura de 90%.

O principal motivo da baixa procura pela vacina é a desinformação, com questionamentos infundados sobre a eficácia e a segurança do imunizante, associações equivocadas entre HPV e religião e a falta de campanhas de vacinação.

Desde 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) trabalha com a meta de eliminar o câncer de colo de útero e o classifica como um problema de saúde pública mundial.

ATÉ 2030, É ESPERADO QUE:

– 90% das meninas estejam vacinadas aos 15 anos de idade;
– 70% das mulheres sejam rastreadas com um teste de alta qualidade aos 35 anos e, novamente, aos 45;
– 90% das mulheres diagnosticadas com câncer de colo de útero estejam em tratamento.

Fonte: Ministério da Saúde.

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